segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vinho, poesia ou virtude

Tenho tido poucas certezas. Sempre tive poucas certezas. Me acostumei com poucas certezas. Mas agora as coisas tendem a passar por um criticismo muito intenso, acabo vislumbrando poucas possibilidades. Não pessimismo! Longe de mim! Viver esta vida esperando o pior deve ser um saco. A questão é que aquela dedicação cega, utópica e até bonita se foi. Talvez tenha a ver com as doses de realismo que tenho tomado ultimamente, por prescrição acadêmica entende...

Nesse cenário me restam os vícios. Os vícios...
Sempre por ali quando você precisa deles. Eles te respondem, não te questionam, não discordam, são só uma forma instantânea de te acalentar quando necessário. No meio de uma indecisão podem se tornar a única certeza, e com o tempo sua única devoção.
Ou perdição. Não tenho visto diferença entre as duas ultimamente.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Poesia da autodestruição

Cada movimento do seu corpo precisamente calculado para preencher um tempo, ou um contra tempo. A velocidade com que se movimenta impressiona, e com o tempo não se nota diferença entre corpo e ritmo. Cada compasso construído da forma mais agressiva, fazendo as pausas se tornarem uma mínima e necessária retomada de fôlego, tudo para explodir do modo mais harmônico em um êxtase de canção e prazer.

A fagulha que queima tudo pode estar em um copo, uma boca, um raio ou em uma seringa. Pode ser a mesma inconformidade que eu escolho me alienar e você não. Pode ser o gosto da sarjeta, ou a visão ofuscada por um holofote. Pode ser a única coisa que você sabe fazer, ou aquilo que você sempre estudou. A alegria que você sempre busca, ou a dor que você sempre evita. Desejo existe em todas as partes, a questão é pelo "o quê" você se vende.


Seja maquiado, sujo, rasgado ou sangrando. A saia rodada, ou o jeans velho. A camisa de botão, ou sem camisa. A cicatriz, a tatuagem, o cabelo feito ou o mais despenteado possível.


Tudo isso é uma forma de vida, uma ideologia,
seja a harmonia do caos, a poesia da autodestruição, a sinfonia da luxúria... ou o bom e velho rock'n'roll.