quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fausto e o sentido da vida

Vi uma cena que me impressionou.

Uma cidade era assolada por uma peste, fazendo centenas de mortos.
Nesse contexto a redenção religiosa se tornava uma nova epidemia.
Um líder religioso tomava a praça como palanque e fazia discursos de como aquilo era um castigo divino, nesse momento uma comitiva festiva da plebe passava por ele. Celebrando a existência esse grupo sorria, bebia e cantava.
Tomando como um afronta as suas palavras, o religioso brandiu em direção aos que passavam:

"Tenham respeito pelos mortos!"

Uma plebeia respondeu a ele:

"Ainda vivemos, ainda amamos!
Devemos morrer dançando uns nos braços dos outros!"

Amar e morrer.
É isso.
É só isso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Essa tal de nostalgia

Ganhei uma tal de Olivetti, uma máquina de escrever que foi usada por "gerações" na minha família. Meu tio aprendeu a datilografar nela, assim como minha mãe. Quando peguei a máquina minha mãe me contou como foi usá-la, as primeiras aulas de datilografia, o concurso no Banco, e por fim a extinção da máquina. O que me chamou a atenção foi o sorriso dela ao contar essa saga de forma tão nostálgica, afinal foi ai que ela decidiu largar as jornadas de 8 horas diárias atrás de uma mesa e ir dar aula.

A nostalgia é o ato de escolher as melhores lembranças do seu passado e fazer delas uma referência, sublimando todo o resto. Acredito na nostalgia, mas espero não ter que usar a frase "...no meu tempo era melhor!". Me perdoem os historiadores, mas a vida em função do passado não pode existir, o vazio cronológico é a pior maldição quando se tem acesso a todas as eras. Vivo o aqui e agora, as vezes me pego olhando para trás comemorando ou só lembrando. Passando ou não pela nostalgia, a saudade tem gosto. Saboreada em um desenho, um super nintendo ou na Olivetti.